"O governo
Marcelo Déda e seus bajuladores representam uma nação de ácaros. Quando o
escarro vem em sua direção, eles reconhecem sua insignificância
aracnídea e se põem em correria. Quando algo como o Proinveste é
rejeitado, eles alertam o público para a destruição absoluta de qualquer
parâmetro de futuro social ou econômico. Rebaixam seus algozes. E caem
aos prantos em redes sociais."
Oscar Niemeyer morreu. Alguns lamentaram seu fim como a despedida do “último dos comunistas”. Quem dera. Assim como Oscar Niemeyer não foi o último dos comunistas, não haverá tão cedo a última das suítes jornalísticas a seu respeito. Porque o próximo objetivo da imprensa brasileira é tentar superar a cobertura sergipana do Proinveste.
Como se sabe, o Proinveste foi o maior gerador de suítes jornalísticas da história da imprensa local. Como consequência, ele também se tornou o principal indutor do surgimento de uma plêiade ocasional de economistas, macroeconomistas, sociólogos, cientistas sociais e cientistas políticos. Como consequência, ele consolidou uma das fases mais intelectualmente promissoras da história recente de Sergipe. Quando alguém conclui que a repercussão do Proinveste foi uma das fases mais intelectualmente promissoras da história recente de Sergipe, é claro que isso aponta que a história recente de Sergipe não foi mais do que um empréstimo que nunca aconteceu.
O Proinveste foi rejeitado na Assembleia Legislativa. Não é possível medir com seriedade o que o grosso da ‘civilização’ sergipense realmente achou disso. Meu palpite é que o grosso da ‘civilização’ sergipense sequer sabe quem é o governador. Quem pelo menos sabe o nome do governador, entretanto, notou que o círculo íntimo de bajuladores oficiais – mais exposto e fácil de contar – quedou em desespero.
Desespero pressupõe gravidade. Gravidade é um juízo que descende do viés, do ângulo e do ponto de vista. Para um ser humano, uma escarrada não lhe faz muito além de aliviá-lo. Para a minúscula ‘civilização’ de ácaros que está embaixo, é um armagedom de destruição de gerações, patrimônios, culturas, legados, histórias e princípios. É a destruição do passado, a anulação do presente e a negação do futuro. É o ponto final de algum processo de desenvolvimento. É a interrupção do ser e do devir acariano.
O governo Marcelo Déda e seus bajuladores representam uma nação de ácaros. Quando o escarro vem em sua direção, eles reconhecem sua insignificância aracnídea e se põem em correria. Quando algo como o Proinveste é rejeitado, eles alertam o público para a destruição absoluta de qualquer parâmetro de futuro social ou econômico. Rebaixam seus algozes. E caem aos prantos em redes sociais.
A ideia da destruição absoluta do futuro do estado elevou o Proinveste à condição de redenção histórica. De acordo com esse raciocínio, o programa federal era o único meio de retirar Sergipe de seu eterno redemoinho de nulidade política, geográfica, econômica e cultural. Mas acreditar em uma coisa como essa é valorizar um montículo de idiotices cercado de contrassenso por todos os lados.
Primeiro, o tal Proinveste, valorizado como sábia decisão vinda de instâncias federativas divinas, é apenas mais um programete nacional desenvolvido para ampliar a dependência dos estados. Seu objetivo, como qualquer coisa elaborada pelo Partido dos Trabalhadores, é ofertar algum desenvolvimento a curto prazo sob o preço de absoluta dependência fiscal e política no longo. A defesa de uma coisa como essa equivale, portanto, à defesa da perpetuação do endividamento público. Se o Brasil inteiro adotou o programa, isso só quer dizer que o Brasil continua raciocinando como Brasil.
Convém lembrar que a oposição parlamentar estadual não argumentou algo parecido uma única vez. Mas a atuação da oposição é orientada para o prejuízo político do governo. O prejuízo político do governo é um assunto de instância tão baixa que a ignorância de questões mais elevadas é quase uma condição para ser oposição estadual.
Segundo, não há como retirar Sergipe de seu redemoinho de insignificância. A nulidade sergipana é sua característica mais cara e, paradoxalmente, mais visível. Transformar Sergipe em algo significativo é, assim, apagar sua identidade.
Pensar da forma acima, entretanto, é pensar como quem escarra. Para atingir o estranho raciocínio da patota governista, é necessário pensar como aracnídeo. Quando pensamos como um aracnídeo, concluímos que um bilhão de reais em empréstimos não tiraram Sergipe do buraco, mas R$ 727 milhões o fariam. Concluímos que ter um governador como amigo pessoal do presidente durante quatro anos – a política ainda se faz dessas coisas – não tirou Sergipe do buraco, mas que R$ 727 milhões o fariam. Que a entrega de uma sequência de projetos governamentais tão alardeados pela publicidade oficial em seis anos não tiraram Sergipe do buraco, mas que R$ 727 milhões o fariam. Como se vê, das duas, uma: ou Sergipe não tem salvação alguma que possa ser apresentada, ou é o governo que não tem ideia alguma de salvação para apresentar. Diante de ambas as conclusões, o Proinveste é apenas um escarro que só possui protagonismo na imprensa.
Mas Oscar Niemeyer morreu. Os argumentos de Jackson Barreto serão trocados pelo prédio do STF. A gritaria enjoada da oposição será cambiada pelas curvas do Sambódromo. O silêncio constrangido da situação dará lugar aos estranhíssimos elogios do ‘humanismo’ do velho comuna. E o Proinveste, finalmente, trocará as atenciosas suítes pelo obituário.
Primeiro, o tal Proinveste, valorizado como sábia decisão vinda de instâncias federativas divinas, é apenas mais um programete nacional desenvolvido para ampliar a dependência dos estados. Seu objetivo, como qualquer coisa elaborada pelo Partido dos Trabalhadores, é ofertar algum desenvolvimento a curto prazo sob o preço de absoluta dependência fiscal e política no longo. A defesa de uma coisa como essa equivale, portanto, à defesa da perpetuação do endividamento público. Se o Brasil inteiro adotou o programa, isso só quer dizer que o Brasil continua raciocinando como Brasil.
Convém lembrar que a oposição parlamentar estadual não argumentou algo parecido uma única vez. Mas a atuação da oposição é orientada para o prejuízo político do governo. O prejuízo político do governo é um assunto de instância tão baixa que a ignorância de questões mais elevadas é quase uma condição para ser oposição estadual.
Segundo, não há como retirar Sergipe de seu redemoinho de insignificância. A nulidade sergipana é sua característica mais cara e, paradoxalmente, mais visível. Transformar Sergipe em algo significativo é, assim, apagar sua identidade.
Pensar da forma acima, entretanto, é pensar como quem escarra. Para atingir o estranho raciocínio da patota governista, é necessário pensar como aracnídeo. Quando pensamos como um aracnídeo, concluímos que um bilhão de reais em empréstimos não tiraram Sergipe do buraco, mas R$ 727 milhões o fariam. Concluímos que ter um governador como amigo pessoal do presidente durante quatro anos – a política ainda se faz dessas coisas – não tirou Sergipe do buraco, mas que R$ 727 milhões o fariam. Que a entrega de uma sequência de projetos governamentais tão alardeados pela publicidade oficial em seis anos não tiraram Sergipe do buraco, mas que R$ 727 milhões o fariam. Como se vê, das duas, uma: ou Sergipe não tem salvação alguma que possa ser apresentada, ou é o governo que não tem ideia alguma de salvação para apresentar. Diante de ambas as conclusões, o Proinveste é apenas um escarro que só possui protagonismo na imprensa.
Mas Oscar Niemeyer morreu. Os argumentos de Jackson Barreto serão trocados pelo prédio do STF. A gritaria enjoada da oposição será cambiada pelas curvas do Sambódromo. O silêncio constrangido da situação dará lugar aos estranhíssimos elogios do ‘humanismo’ do velho comuna. E o Proinveste, finalmente, trocará as atenciosas suítes pelo obituário.
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