quarta-feira, 14 de novembro de 2012

VIOLAÇÃO ANAL DA SOCIEDADE

“Depois de apreciar o embate entre “Parada gay, cabra e espinafre” – de J.R. Guzzo – e de “Veja que lixo!” – de Jean Wyllys –, concluí que Jean Wyllys continua nulo, porque não consegue entender nem mesmo um texto de J.R. Guzzo, e que sou indiferente a J.R. Guzzo. O que mudou foi minha compaixão por Pedro Bial: ela aumentou. Porque o resultado mais duradouro da pantomima sociológica de Pedro Bial na televisão, após tantos anos, foram os eleitores de Jean Wyllys”. 


O Brasil considera Pedro Bial um intelectual. Eu considero Pedro Bial um coitado. O Brasil considera a Veja uma publicação reacionária de direita. Eu considero a Veja uma publicação moderada de tucanismo. O Brasil considera J.R. Guzzo nulo, porque ninguém lê J.R. Guzzo, e Jean Wyllys um defensor das causas homossexuais, porque ele é um deputado federal homossexual. Eu considerava J.R. Guzzo e Jean Wyllys nulos, porque nunca havia lido nada de J.R Guzzo e nunca tive nenhuma causa defendida por Jean Wyllys.  

Depois de apreciar o embate entre “Parada gay, cabra e espinafre” – de J.R. Guzzo – e de “Veja que lixo!” – de Jean Wyllys –, concluí que Jean Wyllys continua nulo, porque não consegue entender nem mesmo um texto de J.R. Guzzo, e que sou indiferente a J.R. Guzzo. O que mudou foi minha compaixão por Pedro Bial: ela aumentou. Porque o resultado mais duradouro da pantomima sociológica de Pedro Bial na televisão, após tantos anos, foram os eleitores de Jean Wyllys.

J.R. Guzzo tentou destruir as linhas de raciocínio do delirante movimento gay. Seu texto não é nenhuma Ilíada. Apenas reproduz uma ou outra informação que Olavo de Carvalho dita semanalmente entre cinco carteiras de cigarro e trinta e duas indicações bibliográficas. Mesmo assim, o tratado guzziano conseguiu algo que Silas Malafaia e Jair Bolsonaro, desacreditados pela extravagância, jamais conseguiram: exibir a miséria intelectual de Jean Wyllys e a arrogância histérica do movimento político homossexual.

Jean Wyllys respondeu. Reclamou de muitas coisas. Mas dedicou considerável esforço para reclamar de ter sido chamado de cabra e de espinafre. Só possuo duas teorias para explicar isso. A primeira diz que ele não entendeu os exemplos de J.R. Guzzo. A segunda diz que ele entendeu, e, mesmo assim, decidiu sabotá-los para mobilizar a burrice alheia contra o colunista. No primeiro caso, ele mostra apenas a profundidade intelectual de uma muriçoca. No segundo, um interessante conhecimento de como se comporta a turba que o segue – leitores de Carta Capital, anti-Veja e dispostos a reproduzir a fala de seu líder sem conhecimento da parte contrária – mas, sob esse domínio, o cinismo e a “desonestidade intelectual” que ele atribui onze mil vezes ao seu adversário.

Os exemplos de J.R. Guzzo são recursos didáticos. São ridículos para serem claros. Ninguém pode se casar com uma cabra ou com a própria mãe. Nenhuma lei pode obrigar quem quer que seja a gostar de espinafre ou de abobrinha. Jean Wyllys ficou chateado e subiu no poleiro. Se minha primeira teoria estiver correta, só posso inferir que Jean Wyllys interpreta o mundo como um Robocop gay defeituoso programado para identificar a homofobia. A lâmpada se apagou? Homofobia. O ônibus não parou? Homofobia. Ainda não deu 12h24? Homofobia. O São Paulo não foi pra Libertadores? Homofobia. Por isso ele é do PSOL. A plataforma do PSOL é o combate irrefletido contra o capital e o mundo civilizado. A plataforma de Jean Wyllys é o ódio contra referências ilustrativas a esmo, não direcionadas. A posição de Jean Wyllys como ofendido é, assim, apenas expressão instintiva de sua capacidade de se ofender com qualquer coisa.

A segunda teoria se justifica quando Wyllys invoca que as cabras e os espinafres foram trazidos da vida pessoal do próprio J.R. Guzzo. Se fosse verdade, o episódio seria muito mais engraçado. Infelizmente, seria preciso ser aluno da Faculdade de Militância Gay Jean Wyllys para conseguir interpretar isso no artigo. Ou seja: Wyllys plantou uma interpretação para mobilizar antipatizantes naturais da Veja a favor de sua causa. Esse é só o primeiro dado de sua superioridade moral. O outro é que o primeiro recurso de que Wyllys se valeu para combater uma suspeita de injúria foi, vejam só, a própria injúria. 

"Quantos do meu rebanho compartilharam? 10 mil?"

J.R. Guzzo usou o termo homossexualismo o tempo inteiro. Jean Wyllys não gostou. Para ele, as orientações sexuais não são nem tendências ideológicas nem políticas e nem doenças para admitir a sufixação ‘ismos’. É verdade. Só faltou dizer que o único caso de institucionalização política de uma orientação sexual é o da homossexualidade. Porque não há militância hetero. Não há militância bissexual. Não há militância pansexual. Há, no máximo, alguns adeptos de Lady Gaga.

Mas houve uma elite homossexual que, cansada do marasmo da presunção de igualdade social da Constituição, decidiu pregar uma reengenharia sociológica. Então passou a fazer mais política que sexo, a sentir mais apego aos princípios do que ao tesão e conseguiu gerar, de sua orientação sexual, uma tendência política, ideológica e com objetivos claros de imposição. Quando Wyllys admitir que fala por um ‘ismo’ político e ideológico, perdoarei sua interpretação textual de toupeira com febre. Se continuar dizendo que fala por uma orientação sexual, então só posso inferir que a orientação sexual do homossexualismo é a violação anal da sociedade. 

Jean Wyllys chega a comparar o movimento gay ao movimento negro. É um dos poucos pontos de seu tratado em que ele está absolutamente correto. Tanto o movimento negro quanto o movimento gay representam os mais obtusos casos de intolerância organizada da sociedade. Ambos objetivam ser aceitos por meio de decreto. Ambos estabeleceram que as regras que valem para a sociedade inteira não são suficientes para abranger suas incompreendidas particularidades. Ambos apostam na incompreensível lógica de busca por igualdade social através de uma segregação cada vez maior. Se algo assim fosse dar certo, já reservaria para Ivan Martins – o sujeito que disse que a militância gay melhorou o homem – um voto para presidente da República. Como sei que não dará, posso no máximo torcer para que ele vire assessor de Jean Wyllys.

A homossexualidade é um problema dos homossexuais. O homossexualismo é um movimento que os homossexualistas querem que a sociedade engula. Jean Wyllys é um homossexualista obcecado pelo termo homofobia. O termo homofobia é um neologismo que não quer dizer nada. J.R.Guzzo é um anti-homossexualista incompreendido. Jean Wyllys quer que a sociedade o engula. A sociedade não sabe o que é homofobia. E mesmo assim, prefere não dizer nada.

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