quinta-feira, 11 de outubro de 2012

BRITTO POETASTRO, BRITTO DEFINITIVO

"O Chalita ligou. Quer citar uma quadrinha sua."




A primeira ocupação que o Wikipédia atribui ao ministro Carlos Ayres de Britto é a de poeta. Quando o Wikipédia define o que uma personalidade faz ou fez,  o mais relevante é justamente o que não está lá. Mas em alguma página da qual jamais me lembrarei está registrado que o Britto poeta já pôs na praça cinco livros. Entre seus versos publicados, há coisas como:

O capital reduz
Homem do povo a animal,
E quando o homem do povo
Se comporta como animal,
O capital exige contra ele


Ou como:

O governo confunde FISCO com confisco.
Até o pôr-do-sol por trás dos prédios incrementa o IPTU


Ou como:

Prenderam Pinochet.
Que bela oportunidade!
O animal cometeu crimes
Contra a humanidade


Quando se desvincula esses versos da figura portentosa de um ministro do Supremo Tribunal Federal, a imagem que se tem deles é a de que foram feitos depois do almoço por um estudante preguiçoso. Quando se vincula esses versos à imagem portentosa de um ministro do Supremo Tribunal Federal, eles ficam ainda piores. Mas é fácil entender porque o Carlos Ayres de Britto poeta é nulo: porque seu esforço intelectual é exaurido em coisas como:

“Sob inspiração patrimonialista – velha, matreira e renitente —, um projeto de poder foi arquitetado. Não um projeto de governo, que é lícito, é quadrienal, é exposto em praça pública, [...] mas um projeto de poder que vai muito além do quadriênio, um projeto quadrienalmente quadruplicado.”

Ou como:

 “É um projeto de poder que, muito mais do que a continuidade administrativa, é seca e rasamente continuísmo governamental. Golpe, portanto, nesse conteúdo da democracia que é a Republica, o republicanismo, que postula a possibilidade de renovação dos quadros dirigentes e equiparação das armas com que se disputa a preferência do voto popular.”

A repercussão do livro ‘Varal de Borboletas’, que o Britto poeta lançou em 2003, deve ter se restringido a entusiastas de poesia caseira da cúpula jurídica sergipana - um grupo que, suspeito, seja pouco superior a zero. Já o seu voto de ontem no Supremo Tribunal Federal, que amarra a indiscutível condenação do pulha “plenipenitenciário” – o nome disso é neologismo – José Dirceu, provocou na imprensa uma reação generalizada de reprovação, desconfiança e até exigência de compromisso do ministro com a origem de sua indicação para o Supremo – o próprio PT.

Britto, o erudito jurista, não tem futuro algum como poeta. Como eu também não tenho, não me envergonho de citá-lo.

Condenaram o Dirceu.
Que bela oportunidade!
O animal cometeu crimes
 - E a imprensa brasileira?
A merda de sempre

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